quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Private emotion


Há mais ou menos um ano e uns meses atrás estava eu em Madrid!

Cidade magnifica! Cheia de vida, de agitação , de pessoas... É indescritível para quem não sentiu o que eu senti... Madrid foi um mundo que se abriu aos meus olhos, e eu vim de lá com a alma cheia de tudo, de todas as sensações e emoções possíveis de serem absorvidas em três dias.

Um dia ia no metro e entra um rapaz... Nada de estranho, se ele não se tivesse sentado no chão da carruagem a chorar... Ninguém sequer olhou para ele... Ninguém a não ser eu... Ele chorava compulsivamente e ninguém sequer desviou o olhar para ele... Lembro-me de ter pensado como é que ninguém olhava para ele, um metro cheio de gente, e aquele rapaz era totalmente invisível... Menos para mim, que até hoje me pergunto o que poderia haver de tão triste ou desesperante na vida dele, para o por a chorar daquela forma...

De facto a vida corre à velocidade do "aqui e agora", dos momentos, dos instantes, dos sentimentos, das decisões, das grandes descobertas, das pequenas constatações, dos encontros e desencontros... E naquele momento aquele rapaz tinha de chorar, tinha de libertar o que quer que fosse que se passava na sua alma e no seu coração e pouco importava o sitio onde estava...

Lembrei-me dele porque de repente me sinto como aquele rapaz... sou tão totalmente invisível que tanto faz o que eu faça, o que eu seja, I´m just a pretty face...
E posto isto desta forma, já não sei muito bem para onde vou, como ser, como agir ou ao que dar realmente valor... Sim sim, I can work my magic e simplesmente ir contra o mundo, ser como bem me dá na telha em cada instante, go with the flow! É bom, é muito bom por um tempo...

O problema é quando o mundo depois vem também contra mim, geralmente com uma força muito superior àquela que eu apliquei inicialmente...Quando o mundo me diz que eu sou apenas um grão de areia no meio de uma infinidade de coisas e me volta a por no meu lugar... Nessa altura eu sou o rapaz do metro, corro para um canto, sinto-me minúscula, sinto que perdi o fio condutor das coisas lógicas na minha cabeça...

" It's a private emotion, that fills you tonight
And a silence falls between us, as the shadows steal the light
And wherever you may find it, wherever it may lead
Let your private emotion come to me...
Come to me, come to me, come to me! "

1 comentário:

Nuno disse...

Eu acho que os grandes aglomerados populacionais (nome pomposo para cidades) dificultam um pouco os relacionamentos interpessoais. As pessoas são menos humanas e menos atentas aos problemas dos outros. Talvez te tenhas apercebido que alguma coisa se passava com esse rapaz porque estás habituada a viver num meio pequeno, onde quase toda a gente se conhece, onde o ritmo de vida não é tão grande, onde tens tempo para ver o que se passa ao teu lado. E é tão bom termos tempo para estas coisas, não é? Afinal de contas, estamos a desfrutar a nossa vida.

Beijitos,
Nuno.

Freedom

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